Em 2008 iniciei o doutorado com um projeto cujo objetivo era verificar se, e como, o/as professore(a)s de língua portuguesa de escolas públicas faziam uso de recursos tecnológicos para o trabalho com o texto literário. Na época eu partia da premissa de que os laboratórios instalados nas escolas estaduais facilitavam a inserção de práticas online nas aulas. Não foi possível encontrar nas 32 escolas pesquisadas um(a) único(a) docente utilizando recursos digitais. Os motivos elencados iam da falta de inclusão digital, da precariedade da infraestrutura necessária nas escolas até o desconhecimento teórico e metodológico em relação ao tema. A partir do resultado obtido passei a me interessar pelos estudos sobre letramento digital, principalmente, sobre a formação docente inicial.

Concordo com base Kalman e Gerrero (2013), citados por Knobel, que a transição das práticas pedagógicas para a inclusão das tecnologias digitais em sala de aula não ocorre naturalmente. É necessário pensar no desenvolvimento profissional do professor como uma chave de virada. A discussão teórica sobre o uso das tecnologias deve estar presente tanto na formação inicial quanto na formação continuada de professores, para que não se resuma a cursos técnicos de como utilizar essa ou aquela ferramenta, e que as mudanças nas práticas docentes sejam rlevantes.

O contato com novos autores e o compartilhamento de experiências proporcionados pelo curso me faz almejar a construção de momentos formativos com professores em formação e professores em serviço, ampliando as discussões e discutindo outros modos de letramento, suprindo assim uma carência na grade curricular do curso no qual atuo.