O discurso aristotelico fisico e doenca cardiaca na atualidade

Work thumb

Views: 87

Open Access

Copyright © 2021, Common Ground Research Networks, (CC BY)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 Generic

View License

Abstract

Nas décadas de 1970 e 1980, com a publicação de diversos trabalhos na área da fisiopatologia da insuficiência cardíaca, descobriu-se que determinados dados de exame físico tinham grande valor prognóstico na avaliação de pacientes com insuficiência cardíaca aguda. Relacionados ao grau de perfusão sanguínea dos membros e ao seu inchaço ou edema, tais dados tornaram-se parâmetros para a conduta frente a esses doentes em pronto atendimento. A gradual composição desses elementos fez com que fosse possível estabelecer quatro “perfis” de doentes com insuficiência cardíaca aguda, conhecidos como “quente e seco”, “quente e úmido”, “frio e seco” e “frio e úmido”, que correspondem, respectivamente, aos estados de boa perfusão-sem edema, boa perfusão-com edema, baixa perfusão-sem edema e baixa perfusão-com edema. O uso dos termos “quente”, “frio”, “seco” e “úmido” para se referir a estados patológicos, entretanto, já fazia parte do discurso científico da Antiguidade e da obra de Aristóteles. Interessa-nos debater o uso do discurso aristotélico e também hipocrático no entendimento desses quadros clínicos. Através de uma análise histórica e sociológica dos períodos em que cada discurso foi elaborado, pretendemos elaborar hipóteses acerca do processo de idas e vindas desses termos.